domingo, 31 de janeiro de 2016

28 minutos e 7 segundos de vida


Este livro foi-me oferecido pelo meu irmão por ocasião do meu aniversário em 2014. Penso que comecei a lê-lo quase logo de seguida, mas acabei por me ficar pelo 1º capítulo. Agora, praticamente um ano depois, voltei ao livro, reiniciei a sua leitura e levei-a até ao fim.

28 minutos e 7 segundos de vida trata-se de um livro de entrevistas ao empresário e empreendedor social Manuel Forjaz. Feitas pelo jornalista José Alberto Carvalho, as entrevistas foram pensadas para formato de televisão, isto é, as entrevistas foram gravadas para televisão e apenas posteriormente foram transcritas dando origem à edição deste livro.

Por altura da gravação das entrevistas, Manuel Forjaz tinha um cancro nos pulmões com o qual estava a lutar. Viria a falecer em abril de 2014.

Ao avançar pela leitura, comecei a ficar com a sensação de que estas entrevistas não passavam de dar voz a alguém em fim de vida e que, precisamente por causa disso, queria chamar a atenção das pessoas para aquilo que na vida é deveras o mais importante.

Após ler o livro continuo a dizer que as entrevistas consistem no que atrás refiro mas, devo dizer também, que valeu a pena! Se o Manuel Forjaz pretendia utilizar a visibilidade que a luta contra o cancro lhe dava para, assim, chamar a atenção das pessoas para os aspetos da vida cujo foco não devemos perder, é justo dizer que o conseguiu.

O livro consiste em 10 entrevistas, umas mais interessantes que outras. No cômputo geral, o livro acaba por ser interessante e faz-nos pensar sobre algumas coisas.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

No silêncio da noite

No silêncio da noite sinto a embriaguez calma e irresistível do sossego que se apodera de mim. Não vejo televisão, não leio, não navego pela Internet. Permaneço em silêncio, apenas isso. Desfruto do prazer da inexistência de ruído. Sinto a alegria do dia que termina e não resisto ao cansaço crescente que me rodeia e que está cada vez mais próximo.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Corridas e leituras ou leituras e corridas?

Quando me surgiu a ideia para este blogue, não hesitei um segundo quando ao título. Corridas e Leituras. Corridas e Leituras, e não havia qualquer hesitação na minha mente sobre este título. Como se fosse algo tão certo como o céu ser azul. Como se fosse algo tão absoluto como a chuva que, caindo do céu, indubitavelmente nos irá molhar.

Mas agora, volvidos 2 meses sobre o início deste blogue, tenho algumas dúvidas sobre se o nome do blogue é o mais adequado ao seu conteúdo. Não que o blogue trate de outros assuntos que não sejam corridas e leituras porque, de facto, os posts que aqui publico versam exatamente sobre isso - corridas e leituras. Longe de mim defraudar alguém tendo um blogue com o nome de Corridas e Leituras, e depois vir para aqui escrever sobre assuntos tais como culinária, moda ou até futebol. O título deixa prever um determinado conteúdo e quem aqui vem não sai enganado. Que surpresa é irmos a um restaurante japonês para comermos sushi e servirem-nos um bitoque!

A questão por detrás das minhas dúvidas tem a ver com quantidade. Não é conteúdo, é quantidade. Reparem que o blogue se chama Corridas e Leituras. Ora, isto pressupõe que o blogue tivesse mais a ver com corridas do que com leituras. Tal como, quando bebemos café com leite, bebemos mais café que leite, caso contrário teríamos leite com café.

Ao reler os vários posts que tenho publicado, ao olhar para as etiquetas, verifico que publico mais sobre leituras e livros do que sobre corrida. Se calhar, o blogue deveria chamar-se Livros, Leituras e Corridas, não? Aceitam-se opiniões.

O Código dos Reis


Tenho por hábito ler os livros que recomendo às minhas filhas. Ao fazê-lo estou habilitado para, com toda a propriedade, recomendar-lhes (ou não) um determinado livro. Também, permite-me ir acompanhando a leitura que elas vão fazendo, posso fazer-lhes perguntas sobre a história e, eventualmente, esclarecer alguma dúvida que possam ter.

Outra vantagem ainda da literatura juvenil (ou até infantil) é o facto de serem histórias com uma linguagem e enredo mais fácil de ler. É um pouco como comer uma sopinha ao almoço, depois de uma grande jantarada entre amigos na noite anterior.

Pois bem, este livro é para adolescentes e consiste numa história de mistério e aventura vivida por Beatrice e pelo seu tio, que irão confrontar-se com um personagem em busca do Código dos Reis - uma língua desconhecida que dá o poder a quem a conhece de controlar aqueles que a ouvem.

Parece interessante, não? É sim senhor. Leiam e desfrutem. Penso que irão gostar.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Leitura que nos ajuda a correr

 

Admito que não sou muito adepto de literatura técnica, mas também admito que é inquestionável a utilidade da literatura técnica quando queremos ficar a conhecer melhor algo em cujos caminhos nos estamos a aventurar.

Vivemos na era do conhecimento. Recorrendo a bons livros e à prática do auto estudo é possível aprender muito e, até certo ponto, ficarmos a dominar uma determinada área.

Com a corrida também é assim. O crescente número de praticantes desta modalidade tem levado a que já existam no mercado livros sobre corrida nos quais esta modalidade é abordada nas suas mais variadas vertentes e aspetos.

Tenho ambos os livros que estão nas fotos - Correr para emagracer e Running - muito mais do que correr. Quando o número de livros que tenho em leitura emagrecer um pouco, irei ler um destes livros.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Treino de subidas


Quando se começa a correr detesta-se as subidas! O ritmo de corrida quebra consideravelmente, sentimos logo as pernas cansadas e rapidamente ficamos sem fôlego. Como é que haveríamos de gostar de subidas?

Ora, é precisamente pelo que acontece nas subidas que se percebe que o treino de subidas nos ajuda a melhorar a performance enquanto corredores.

O treino de subidas irá melhorar a nossa performance anaeróbica (esforço de alta intensidade durante um curto período de tempo) e também a nossa capacidade muscular ao nível das pernas.

Penso que é fácil começarmos a gostar deste tipo treino pela razão de que rapidamente vemos os seus resultados (pernas menos cansadas e respiração menos ofegante).

Já havia algum tempo que não fazia treino de subidas, de modo que ontem optei por esse tipo de treino. E fi-lo com uma subida aqui em Lagos que ainda não tinha percorrido.

Inicialmente corri cerca de 3 kms até ao sítio da subida, depois foram 380 metros a subir e voltar ao início. Repeti 2 vezes. No regresso para casa ainda apanhei mais um subida que também fiz a sprintar.

Conta-me contos



Uma das razões porque gosto imenso de ler contos é precisamente por uma das principais características deste género literário, que é a sua brevidade.

Quando me quero distrair mas não tenho mais do que 15 ou 20 minutos e não quero iniciar a leitura de um livro pois não tenho disponibilidade para lhe dar seguimento, o conto é o ideal.

Também, o conto permite-nos dar uma oportunidade a um autor que não conhecemos e ficarmos logo a saber se gostamos ou não da sua maneira de escrever. Se gostamos, podemos avançar com a leitura de um livro seu. Se não, dediquemos tempo a outras leituras pois, como dizia Manuel António Pina, há tantos livros à nossa disposição para serem lidos, que não faz sentido perdermos tempo com livros e autores de que não gostamos.

Um dos meus autores preferidos e cuja literatura sigo é Haruki Murakami. Comecei a lê-lo precisamente pelo livro de contos O elefante evapora-se.

Normalmente, tenho sempre um livro de contos em leitura. Vou lendo esses contos intercaladamente com outros géneros literários, como entrevistas, romance, poesia, etc, e como tal, a leitura de um livro de contos pode demorar-me algumas semanas ou até meses.

Atualmente, o livro de contos que tenho em leitura é A rapariga que inventou um sonho, também de Haruki Murakami.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Auto retrato do escritor


Em abril de 2013, quando ainda não tinha começado a correr, li este livro pela primeira vez. Na altura, se bem me recordo, não comprei o livro. Penso que recebi o livro como oferta na compra de outro na Fnac online.

Recordo-me, sim, e os meus registos comprovam isso mesmo, que na altura ainda não corria. Fazia caminhadas apenas. Só mais tarde, no verão de 2013, começaria a correr.

Então porque li este livro? Bem, primeiro por curiosidade. Na verdade, não existem assim tantos escritores corredores de maratonas e que escrevam sobre o assunto, pois não? Ainda mais, tratava-se (e trata-se ainda) de um dos meus escritores preferidos, de quem tenho todos os livros e já os li quase todos.

O livro consiste num conjunto de ensaios relacionados com a vida do autor enquanto escritor e corredor. Não se trata aqui de um atleta profissional, trata-se apenas de um amador para quem a corrida passou a fazer parte da vida e isso acaba por ser a ideia central do livro. 

Este livro tem a particularidade de ser o único livro (acho que não estou em erro) cuja leitura repeti. Mas as razões que me levaram às duas leituras são diferentes. Enquanto, em 2013, como referi, a leitura foi movida pela curiosidade, já agora a leitura foi mais demorada (penso que comecei a ler o livro pela 2ª vez em agosto do ano passado e apenas terminei agora em janeiro) e também mais degustativa.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Cães danados


Em 2012, por meio do programa de televisão Ler mais, ler melhor, descobri o escritor de livros para jovens Robert Muchamore. Fiquei interessado na série 1 da coleção Cherub e acabei por comprar os livros todos. Entretanto comecei a lê-los, não apenas por curiosidade, uma vez que os livros eram publicitados pela editora como tendo grande aceitação junto do publico juvenil, mas também para poder orientar a minha filha mais velha (na altura com 10 anos) quanto a estas leituras.

Os livros podem ser lidos isoladamente, não é forçoso que a coleção seja lida pela ordem dada aos livros mas, no meu entender, faz muito mais sentido ler estes livros pela sua ordem, começando por O Recruta e seguindo depois a ordem da coleção. Até porque, ler os livros pela ordem da coleção permite-nos ir acompanhando a vida dos personagens ao longo das várias histórias, o que acaba por ser muito interessante por uma razão acrescida que tem a ver com a idade dos personagens. James Adams (o personagem principal) e os seus amigos são pré adolescentes e adolescentes cujas vidas vamos podendo acompanhar ao longo dos vários livros. Desta maneira, podemos observar alguns dos dilemas e problemas próprios da adolescência. Ora, se o leitor for também um adolescente, algumas destas histórias poderão ser uma ajuda pois acabam por identificar alguns problemas próprios da adolescência e como lidar com eles.

James e os seus amigos fazem parte de uma organização secreta chamada Cherub composta por agentes a quem são atribuídas as mais variadas missões no âmbito do combate ao crime. A grande vantagem de James e dos seus companheiros no desempenho das missões que lhes são atribuídas é que, devido precisamente ao facto de serem adolescentes, ninguém desconfia deles nem do que fazem. 

A 1ª série desta coleção tem 12 livros e já li os primeiros 8. O último que li foi precisamente Cães danados.

Se até eu gosto das histórias, penso que qualquer adolescente, miúdo ou miúda a partir dos 10 anos também gostará.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Training hard, running strong


Ontem ao fim do dia o meu treino foram 10,5 km em que, após 2 km iniciais para aquecer, fiz acelerações de 1.000 metros intercaladas com 500 metros de corrida lenta. Objetivo: melhorar o desempenho anaeróbico.

Na minha mente tenho a 2ª Eco Meia Maratona de Vilamoura no dia 6 de março.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Correr com um objetivo


Ao contrário do que sucedia há uns tempos atrás, presentemente não consigo apenas correr por correr. Isto é, antes eu corria apenas porque gostava de correr e me sentia bem com isso. Mas atualmente não não é assim, preciso ter um objetivo em mente, como uma determinada prova em que posso superar-me, correndo uma distância maior nunca antes corrida por mim (como uma maratona, por exemplo) ou então correndo ainda mais rápido uma distância que já corri anteriormente (como os 10 km ou a meia maratona).

Assim, na minha mente tenho já a próxima prova em mente: a Eco Meia Maratona de Vilamoura, que terá lugar a 6 de março. 

No ano passado fiz a Eco Meia Maratona de Vilamoura em 2h02' e depois disso já melhorei a minha marca na meia maratona por 3 vezes. Recentemente em Évora fiz 1h56'04''.

Assim, o objetivo para o dia 6 de março será: correr os 21,195 metros em menos de 1h56'.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

O vazio após ler um livro

Em quase todos os livros que leio chego ao fim do livro com prazer. Fico satisfeito por terminar o livro, como se se tratasse de um dever cumprido. Chego ao fim com um sentido de respeito e honra até, pelo escritor, pela história. Mas, ao mesmo tempo, fica em mim um vazio enorme. Aquelas personagens, aquela história, aquele enredo, tudo acabou de partir com o virar da última página, com as últimas linhas que acabei de ler.

E depois, o que faço? Quero ler mais, tenho tanto mais para ler e para conhecer, outras personagens, outros lugares, outras histórias! Mas, também, fico triste por tudo aquilo que acabei de deixar com o fechar do livro que acabei de ler. Como se aquelas personagens com a sua história, que me tocaram, que me conheceram e que eu conheci, de repente partissem para não mais voltar.

Histórias da Terra e do Mar


Penso que não é possível fomentar o gosto pela leitura sem se gostar de ler. E, como entendo que a leitura deve fazer parte da formação da nossa vida - do que somos e pensamos, da pessoa em que nos tornamos - faço questão de ler os livros que as minhas filhas lêem. Alguns livros leio-os a fim de poder ser capaz de promover a sua leitura junto delas, outros leio-os porque elas têm que os ler no âmbito da disciplina de Português e assim posso trocar impressões com elas sobre esses livros.

Assim, a leitura deste livro de Sophia de Mello Breyner Andresen aconteceu pois a minha filha mais velha vai ter que analisar o conto A Saga (este livro é um livro de contos) no 2º período do 8º ano.

Este livro não é muito grande, contêm 5 contos distribuídos por 88 páginas. Li-o em 3 dias.

Nunca tinho lido nada de Sophia de Mello Breyner. Nem sequer poesia, penso eu. De modo que, mais cedo ou mais tarde, a primeira vez haveria de chegar. Foi agora com este livro de contos. Mas penso que foi um bom início.

A escrita de Sophia é rica e abundante. A sua capacidade para a adjetivação e descrição permitem-nos ver os lugares e as paisagens que descreve, levando-nos a sentir o mesmo que as personagens.

domingo, 10 de janeiro de 2016

Grande Prémio dos Reis Faro 2015


Ontem em Faro teve lugar o XLVI Grande Prémio dos Reis, prova organizada pela Associação de Atletismo do Algarve.

O evento consistia de uma prova para populares com a distância de 7,1 km, várias provas para crianças e jovens (benjamins, infantis, iniciados e juvenis), uma prova para júniores, seniores e veteranos femininos com a distância de 5,1 km e uma prova de 7,5 km para júniores, seniores e veteranos masculinos. Eu corri nesta última prova.

Sabia que ia correr 7,5 km, de modo que fiz as minhas contas no sentido de fixar um objetivo desafiante mas atingível. Ora, tendo em conta os tempos conseguidos nas últimas provas de 10 km em que participei (Corrida do Tejo 2015, Corrida Vida por Vida 2015 e São Silvestre 2015), achei por bem fixar um objetivo de 34 minutos para percorrer os 7,5 km. Isto daria uma média por km de pouco mais de 4'30''.

No final dos primeiros 400 metros, ao passar na linha da meta para entrar na 1ª volta grande, estava praticamente em último mas, desse ponto até ao final, se bem me recordo, foi sempre a passá-los. Ao consultar agora as classificações oficiais constato, com surpresa, que passei 28 corredores e não fui ultrapassado por nenhum. Foi, portanto, uma corrida de trás para a frente.

Ao fim da 2ª volta grande em que ainda faltava mais uma volta grande (2.350 metros) sentia-me muito cansado e a entrar naquele ponto em que, se prosseguisse, estaria a desafiar os meus limites. Lembrei-me das minhas palavras cerca de uma hora antes para uma amiga com pouca experiência de corrida "primeiro objetivo: chegar ao fim; segundo objetivo: fazer tudo a correr". Prossegui. Se era necessário quebrar mais um limite, assim seria.

Daí até ao final senti que o meu ritmo quebrou mas agora, ao olhar com detalhe para os tempos da prova, verifico que a quebra não foi assim tão significativa. Acho que era até mais psicológico que outra coisa qualquer.

Nos últimos 200 metros até à meta acelerei para ganhar mais alguns segundos e foi com um ENORME sentimento de SUPERAÇÃO e CONQUISTA que terminei a prova com o tempo de 33'48''. Objetivo alcançado!

domingo, 3 de janeiro de 2016

São Silvestre de Lisboa 2015


No passado dia 26 de dezembro realizou-se em Lisboa a corrida de São Silvestre 2015 promovida pelo El Corte Inglês. A prova já vai na 8ª edição e os 10 km são corridos pelas ruas da capital num ambiente festivo alinhado com a própria época do ano.

Desde 2013 que participo nesta corrida e este ano também não quis deixar de participar, até porque tinha uma grande expetativa pessoal em relação à prova pelos treinos que tenho andado a fazer. Tenho feito treinos de Fartlek desde há uns tempos a esta parte e já tenho visto alguns resultados.

Em setembro, na Corrida do Tejo, fiz os 10 km em 50'05'' e esse foi o meu melhor tempo nos 10 km até essa altura. Já no inicio de dezembro, na Corrida Vida por Vida em Lagos, corri os 10 km em 48'46'' e esse passou a ser o meu melhor tempo nos 10 km. Agora, na São Silvestre como é que me ia sair? Será que ia conseguir melhorar o meu tempo? Conseguiria mais uma vez correr os 10 km em menos de 50 minutos? Estava confiante que era capaz mas não queria colocar as expetativas muito altas.

Um dos problemas desta prova, para quem quer bater o seu recorde pessoal, é o número de participantes - este ano estavam inscritas 12 mil pessoas. Torna-se dificil correr com espaço, sem quase tocarmos em alguém, logo que o percurso começa a afunilar na Praça D. Pedro V. Mas para ultrapassar esta situação eu tinha a minha própria estratégia.

A partida iria ocorrer em várias vagas. A primeira vaga seria composta pela elite feminina, depois a elite masculina juntamente com os sub-50 (corredores que comprovadamente correm os 10 km em menos de 50 minutos), depois os sub-60 (onde estava eu), e por último os restantes corredores.

Assim, qual a minha estratégia? No meu bloco de partida, ficar logo na frente. E assim foi. Mal os blocos de partida abriram, eu entrei para o bloco sub-60 e aguardei. Quando chegou a minha partida todos os corredores que tinham partido antes de mim já iam bem na frente e, como tal, não haviam corredores mais lentos à minha frente que me impedissem de correr à vontade.

Logo ao partir pude verificar que a minha estratégia não podia ter sido mais acertada - corri sem impedimentos, sem pisar os calcanhares de ninguém, sem mudanças de ritmo para não abalroar ninguém e tenho consciência de que também não estorvei a corrida de ninguém.

Assim, do inicio ao fim corri a um ritmo praticamente constante. De facto, corri o 1º km ao ritmo de 4'46'' que foi precisamente a minha média final - 4'46''/km.

Tal como já tinha feito na Corrida do Tejo, voltei o relógio para baixo e não lhe pus a vista em cima até terminar a corrida. Não queria ser influenciado pelo que o relógio indicava, apenas pelos sinais que o meu corpo ia dando.

Durante todo o percurso (sempre plano) tinha a consciência que tudo estava a correr e muito provavelmente ia conseguir superar-me. No entanto, a parte mais difícil da prova é a parte final em que temos de subir a Avenida da Liberdade até à rotunda do Marquês.

Por volta do km 7,5 começamos a subir e procurei manter uma boa postura a correr: cabeça levantada, olhar em frente, passada um pouco mais curta e rápida, braços soltos a ajudar todo o balanço do corpo em frente. E depois de muito subir e quase amaldiçoar o Marquês de Pombal por ter arquitetado uma avenida tão comprida, lá chegamos à famosa rotunda para corrermos pouco mais de 1 km sempre a descer. Aí foi soltar a passada e dar tudo até à meta.

Mais tarde quando consultei os detalhes da prova gravados pelo meu relógio, foi com muito agrado que verifiquei que corri o km até à rotunda do Marquês em 5'15'' e corri o ultimo km (sempre a descer) em 4'20''. Isto é, a média por km dos 2 últimos kms foi muito idêntica à média final da prova que, como referi, foi de 4'46''/km.

Em suma, fiz a minha melhor marca aos 10 kms e cheguei ao fim muito satisfeito comigo mesmo.