terça-feira, 18 de outubro de 2016

Antonomásia

Ao ler o discurso do único Prémio Nobel português até hoje, na cerimónia em que recebeu o distinto galardão, descobri a palavra antonomásia.

De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, esta palavra significa: substituição de um nome próprio por um nome comum (ex: Hipócrates por médico), ou de um nome comum por um nome próprio (ex.: o Historiador por Alexandre Herculano). 

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

As minhas corridas recentes



Sei que tenho andado um bocado afastado deste blogue, quer no que diz respeito a publicações sobre corridas, quer no que diz respeito a publicações sobre leituras. Tenho plena consciência disso e gostava que não fosse assim, mas é. Ao pensar no assunto, acho que tenho andado ocupado precisamente a correr e a ler, e não tenho tido muito tempo para escrever sobre isso aqui no blogue.

Seja como for, gostava de falar aqui sobre as minhas corridas recentes. Esta época de 2015/2016 foi excelente, pelo menos no que diz respeito à minha marca nos 10 km e também em provas de distâncias mais curtas. Sobre isto penso escrever qualquer coisa dentro de muito pouco tempo.

Sobre as minhas corridas recentes, o que posso dizer? Posso dizer que tenho treinado cerca de 3 vezes por semana. Para ser mais exato, corro dia sim, dia não; é muito raro correr dois dias seguidos. Posso dizer que, em complemento à corrida, faço treino funcional uma ou duas vezes por semana. E posso dizer que, muito importante!, perdi 3 quilos no último mês.

Esta última conquista - a da perda de peso - penso que é muito importante: se tenho menos peso, consigo correr mais depressa! Não tem sido muito difícil: estratégia, objetivo e focalização têm sido determinantes.

Já notei que quando treino com uma prova em mente, isso me ajuda a ser mais focado nos treinos e na alimentação que faço. Sendo assim, agora procuro ter sempre um objetivo de corrida. Presentemente, esse objetivo é a Mamamaratona 2016 em Portimão, no próximo domingo - vou correr 21 km. A seguir, será a Corrida dos Bombeiros em Lagos, no dia 30 de outubro. Depois, provavelmente serão as X Milhas do Guadiana e a Meia-Maratona de Tavira (ou a de Vilamoura), em novembro. A partir de dezembro, logo se verá.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Primeira chuva de outono

Esta noite caiu a primeira chuva de outono. Pouco passava das duas da manhã quando acordei ouvindo os pingos de chuva, grossos e pesados, batendo nos ferros da varanda do meu quarto. Procurei não despertar e mantive os olhos fechados, esperando que o sono me levasse novamente para o lugar de descanso e repouso de onde sempre esperamos regressar, revigorados e frescos, no dia seguinte para mais um dia. Vá lá saber-se porquê, a noite não estava comigo. Talvez afugentado por aquela chuva que teimava em cair furiosamente, como se zangada com um verão que este ano teimou em partir, o sono apartou-se de mim.

A chuva caía, inclementemente contínua, dando sumiço ao silêncio da noite que prazerosamente e infalivelmente nos traz o sono uma e outra vez.

Desperto e alerta, ali fiquei até perto das quatro da manhã, vendo no escuro coisas invisíveis que a mente, na sua imensa capacidade criativa, ia produzindo e enterrando ao ritmo célere e imparável da imaginação.   

Ostracizar e óstraco

Descobri que o verbo ostracizar, que significa exilar, excluir, marginalizar, vem da palavra óstraco, que é uma concha ou fragmento de cerâmica onde se escrevia o nome do cidadão a ser banido, na Grécia antiga.

Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.

sábado, 1 de outubro de 2016

1Q84 - Livro 1


Título: 1Q84 – Livro 1
Autor: Haruki Murakami
Editora: Casa das Letras
Nº de páginas: 487

Sinopse:
Num mundo aparentemente normal e de contornos reconhecíveis, movem-se duas personagens centrais: Aomame, uma mulher independente, professora de artes marciais, e Tengo, professor de matemática. Os dois estão quase a entrar na casa dos trinta anos, têm ambos vidas solitárias e ambos se dão conta de ligeiros desajustamentos à sua volta, que os conduzirão fatalmente a um destino comum. Falta dizer que tanto um como outro são mais do que parecem: a bela Aomame, nas horas vagas, é uma assassina que mata as suas vítimas sem deixar vestígios, levando toda a gente a pensar que morreram de forma natural; o apagado Tengo, um escritor em construção, a quem o editor, Komatsu de seu nome, encarregou de trabalhar na revisão de A Crisálida de Ar, obra prometedora, nascida da imaginação (ou talvez não…) de uma adolescente enigmática, chamada Fuka-Eri.

Como pano de fundo, o universo típico da melhor ficção assinada por Murakami. As seitas religiosas, que o autor investigou a fundo para escrever um livro de não ficção, os maus tratos infligidos às mulheres na sociedade atual, e a corrupção que grassa um pouco por toda a parte, são tudo temas poderosos, entre outros, naturalmente, que o narrador disseca com precisão orwelliana.

Em 1Q84, Haruki Murakami constrói um universo romanesco em que se cruzam histórias inesquecíveis e personagens cativantes. Onde acaba o Japão e começa o admirável mundo novo em que vivemos? Uma ficção que ilumina que ilumina de forma transversal a aldeia global em que vivemos. 


AS MINHAS OBSERVAÇÕES

Sou um leitor assumido dos livros de Haruki Murakami. Mais: sou um fã da sua escrita, das suas personagens, das suas histórias e do seu universo literário. Sou tão apreciador dos livros deste escritor japonês que, na minha muito humilde e modesta opinião literária, acho que o Prémio Nobel já lhe era devido.

Murakami é um dos escritores que sigo. Com isto quero dizer que tenho todos os seus livros, e, na escolha dos livros que vou lendo, dou-lhe prioridade caso tenha algum livro seu que ainda não tenha lido. Só este ano, dos 28 livros que já li, 5 foram de Murakami.

A leitura de Murakami é fácil e flui, resultado de uma linguagem acessível, mas a história, e a maneira como é contada, deixa marcas. Quando termino um livro de Murakami, não consigo apenas chegar ao fim, ir ao Goodreads registar o fim da leitura e seguir para outro livro qualquer; fico a pensar, a digerir, com as personagens bailando suspensas na minha consciência, ficando em mim uma impressão forte que demora a passar.

De facto, no que a mim diz respeito, os livros de Murakami são de tal modo intensos que, de tempos a tempos, sinto necessidade de voltar a eles, mas, por outro lado, penso que ler dois de seguida é algo que não está ao alcance do leitor comum.

Escolhi este livro pois tenho vindo a ler os livros de Murakami pela ordem em que foram escritos e, como 1Q84 é uma trilogia composta por 3 livros e só me faltava ler mais 3 livros para terminar o Goodreads 2016 Reading Challenge, juntava-se uma coisa à outra.

Li 1Q84 – Livro 1 em pouco mais de 2 semanas, muitas vezes sentado na minha varanda, desfrutando da temperatura agradabilíssima roubada por este outono de calendário a um verão único que este ano nos brindou com momentos de praia únicos, finais de dia prazerosos e noites que eram um encanto.

Desde que 1Q84 foi lançado que eu sabia que a história teria de ter alguma relação com a conhecida obra 1984 de George Orwell, para além do facto de que tudo se desenrola entre abril e junho de 1984. De facto assim é, mas só a meio do livro percebemos a relação, bem como o título.

A narração desta história é intercalada – um capítulo sobre Aomame, outro capítulo sobre Tengo, as duas personagens principais, cujas existências são independentes e não têm qualquer relação. Pelo menos assim parece, mas, a meio do livro, as suas histórias tocam-se pela primeira vez e começam a aproximar-se.

Neste livro Murakami constrói um enredo que permite tocar temas diversos como as seitas religiosas, violência doméstica e maus tratos a mulheres, fraude e corrupção, nunca deixando, com o seu modo muito próprio, de nos levar a viver a realidade interior de Tengo e Aomame, pessoas no fundo como nós.