Esta
noite caiu a primeira chuva de outono. Pouco passava das duas da manhã quando
acordei ouvindo os pingos de chuva, grossos e pesados, batendo nos ferros da
varanda do meu quarto. Procurei não despertar e mantive os olhos fechados,
esperando que o sono me levasse novamente para o lugar de descanso e repouso de
onde sempre esperamos regressar, revigorados e frescos, no dia seguinte para
mais um dia. Vá lá saber-se porquê, a noite não estava comigo. Talvez
afugentado por aquela chuva que teimava em cair furiosamente, como se zangada
com um verão que este ano teimou em partir, o sono apartou-se de mim.
A
chuva caía, inclementemente contínua, dando sumiço ao silêncio da noite que
prazerosamente e infalivelmente nos traz o sono uma e outra vez.
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