Tenho o sonho de um dia escrever um livro. Talvez não apenas
um, mas dois, ou três, ou até mais, quem sabe?
Procuro ler continuamente, para aprender com quem escreve.
Tenho lido entrevistas com escritores para ouvir as suas opiniões sobre a
literatura, saber como escrevem, saber como lhes surgem as ideias e o que fazem
para as desenvolver e explorar.
Numa entrevista dada ao Jornal de Negócios em 2012, Alice
Vieira disse o seguinte:
“A minha
escrita é concisa, o que não quer dizer que não provoque emoção. Acho que o meu
estilo foi marcado pelos muitos anos de jornalismo. Costumo dizer que sou uma
jornalista que também escreve livros. Talvez por isso, faz-me impressão as
pessoas que têm ataques de inspiração ou de 'desinspiração'. Num jornal não
podemos chegar e dizer: hoje não estou inspirada para escrever. Não sou de
ficar sentada à espera de inspiração. O Picasso dizia: "Quando a
inspiração chega, encontra-me sempre a trabalhar." A mim também.
As pessoas têm a ideia do escritor como uma figura transcendente, mas no fundo isto é um ofício, e como todos os ofícios é preciso praticar. Tento explicar isto aos miúdos quando vou às escolas. Muitas vezes escrevo o dia todo, depois no dia seguinte leio o que escrevi e deito fora, e tento explicar que isto não é tempo perdido - é necessário. Para escrevermos bem, primeiro temos que escrever mal.”
As pessoas têm a ideia do escritor como uma figura transcendente, mas no fundo isto é um ofício, e como todos os ofícios é preciso praticar. Tento explicar isto aos miúdos quando vou às escolas. Muitas vezes escrevo o dia todo, depois no dia seguinte leio o que escrevi e deito fora, e tento explicar que isto não é tempo perdido - é necessário. Para escrevermos bem, primeiro temos que escrever mal.”
Acho que existe
esperança para mim.
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