Título: Crónica de uma morte anunciada
Autor: Gabriel Garcia Marquez
Editora: D. Quixote
Nº de páginas: 107
Autor: Gabriel Garcia Marquez
Editora: D. Quixote
Nº de páginas: 107
SINOPSE
Vítima da denúncia falaciosa de uma mulher
repudiada na noite de núpcias, o jovem Santiago Nasar foi condenado à morte
pelos irmãos da sua hipotética amante, como forma de vingar publicamente a sua
honra ultrajada e sob o olhar cúmplice ou impotente da população expectante de
uma aldeia colombiana: é esta a história verídica que serve de base a este
romance, e que, logo nas suas primeiras linhas, é enunciada.
AS MINHAS OBSERVAÇÕES
Já fazia algum tempo que estava para ler qualquer
coisa de Gabriel Garcia Marquez (GGM). Por duas razões: primeiro, porque nunca
tinha lido nada deste escritor (esta será sempre uma razão válida para se querer
ler algo de um escritor que ainda não se conhece) e, segundo, porque, durante a
minha vida de leitor, sempre vivi com a sensação de que não poderia passar ao
lado de GGM. Isto é, eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, a sua escrita me
encontraria. Uso esta expressão «a sua escrita me encontraria», pois acredito
que quando levamos a leitura a sério são mais as vezes que a escrita de alguém
e os seus livros nos encontram do que o contrário.
Não posso deixar de referir que a leitura de Crónica de uma morte anunciada nesta
altura foi forçada por outra razão: o facto de a minha filha de 14 anos ter que
ler o livro no âmbito da disciplina de Português de 9º ano. Assim, acabei por
juntar o útil ao agradável – poder ajudá-la na análise ao livro e ter a minha
primeira leitura de GGM.
Em O Labirinto dos Espíritos de Carlos Ruiz
Zafón uma das personagens diz o seguinte «Na literatura só existe uma
questão verdadeiramente importante: não o que se narra, mas como se narra. O
resto é decoração.» Acho que este livro de GGM ilustra de um modo praticamente
inequívoco esta frase de Zafón. Na minha opinião, a história verídica que
serviu de base a este livro tem muito menos de surreal do que a maneira como
GGM a conta. Veja-se que logo nas primeiras linhas é anunciada a morte do personagem
principal, Santiago Nasar, e ao longo do livro esse acontecimento aparece como
que suspenso por fios tão ténues que parece que não vai acontecer, tão absurdo
o conjunto de factos e circunstâncias que permitiram a sua consumação.
Sobre este livro, GGM disse que
conseguiu escrevê-lo exatamente como queria. Se o que GGM queria era um relato
com capacidade de prender o leitor levando-o a acreditar que o inevitável não
vai acontecer ao ponto de quase se sentir enganado no final, penso que o
objetivo foi alcançado.
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