segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Angústia de leitor

Frank Zappa disse "Tantos livros e tão pouco tempo". Pese embora não tenha a pontuação que a define como uma exclamação, penso que esta frase não pode ser outra coisa que não uma angústia exclamada pela boca de quem não consegue viver sem ler e gostaria de ter todo o tempo do mundo para ler os livros que quer ler. Não sei se era o caso de Zappa, mas é por certo o meu caso. E esta angústia tem momentos próprios, por vezes recorrentes, para se manifestar. Um desses momentos, e falo por mim, acontece quando termino um livro.

Quando termino a leitura de um livro, o que acontece entre vinte e trinta vezes por ano, fico perante a decisão sempre difícil de escolher qual o próximo livro que irei ler. E isto para mim não é algo isento de uma certa angústia, precisamente porque o tempo é escasso, sei que não viverei o tempo suficiente para ler tudo o que gostaria de ler, logo, como escolher bem qual deverá ser a próxima leitura?

Por um lado, não quero perder tempo com uma leitura que ao princípio pode parecer promissora mas que vem a revelar-se indigna do meu tempo - e para mim, toda a leitura que não me apraz é indigna do meu tempo! Por outro, não quero deixar de ler aqueles livros que, não sendo considerados grandes obras, são verdadeiras pérolas cuja leitura nos enche de deleite, mesmo que seja de uma maneira muito nossa.

Perante isto, como podem alguns não ver como é difícil a vida de leitor?

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