quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Conversas de Escritores


Aproveitando uma promoção na loja online da Fnac, comprei aqui há uns dias 2 livros de José Rodrigues dos Santos (JRS). Não, não se trata de nenhum dos seus romances, pois já os tenho todos. Os livros que comprei foram Conversas de Escritores e Novas Conversas de Escritores.

Trata-se de 2 livros de entrevistas. Em cada um dos livros, JRS entrevista 10 escritores mais ou menos conhecidos entre os quais temos, por exemplo, Dan Brown, José Saramago, Isabel Allende, Luis Sepulveda e Sveva Casati Modignani.

Já li o primeiro livro – Conversas de Escritores – e devo dizer que, genericamente, gostei bastante das entrevistas. No entanto, não posso deixar de dizer que a entrevista de que menos gostei foi a de Gunter Grass. Achei-a maçuda e algo desinteressante. Acho que foi assim porque, manifestamente, Gunter Grass, pese embora tenha sido laureado com o prémio Nobel da Literatura, não se pode encaixar dentro dos escritores “comerciais”, isto é, que escrevem bestsellers que são vendidos aos milhões. Aliás, nas próprias palavras de Gunter Grass, “eu não sou um escritor para entreter”.  

Ora, surge aqui um ponto que gostaria de realçar e que tem a ver com a diferença entre a literatura comercial e a grande literatura. Com literatura comercial refiro-me aos grandes bestsellers, como por exemplo O Código Da Vinci de Dan Brown, O velho que lia romances de amor de Luis Sepúlveda ou ainda Baunilha e chocolate de Sveva Casati Modignani. Por grande literatura refiro-me aos Prémios Nobel da Literatura e à literatura reconhecida pela “crítica”.

A literatura comercial tem um grande enfoque no contar uma história, enquanto na grande literatura, pese embora também haja uma história para contar, o enfoque maior está na linguagem utilizada pelo escritor. Saramago refere, por exemplo, que o seu maior enfoque ao escrever está na linguagem pois diz que, tal como o corpo humano é constituído em 70% por água, um livro é feito em 70% pela linguagem utilizada. Mas, simplificando, a origem da literatura não está precisamente em contar uma história?

Para mim, e esta é apenas a minha opinião e o meu gosto pessoal, literatura é contar uma história que me emociona, que me entretém, que me faz sonhar, que me leva a conhecer novos lugares e pessoas, que me ajuda a perceber melhor a natureza humana com todos os seus dilemas.  

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