quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Primeira chuva de outono

Esta noite caiu a primeira chuva de outono. Pouco passava das duas da manhã quando acordei ouvindo os pingos de chuva, grossos e pesados, batendo nos ferros da varanda do meu quarto. Procurei não despertar e mantive os olhos fechados, esperando que o sono me levasse novamente para o lugar de descanso e repouso de onde sempre esperamos regressar, revigorados e frescos, no dia seguinte para mais um dia. Vá lá saber-se porquê, a noite não estava comigo. Talvez afugentado por aquela chuva que teimava em cair furiosamente, como se zangada com um verão que este ano teimou em partir, o sono apartou-se de mim.

A chuva caía, inclementemente contínua, dando sumiço ao silêncio da noite que prazerosamente e infalivelmente nos traz o sono uma e outra vez.

Desperto e alerta, ali fiquei até perto das quatro da manhã, vendo no escuro coisas invisíveis que a mente, na sua imensa capacidade criativa, ia produzindo e enterrando ao ritmo célere e imparável da imaginação.   

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